quinta-feira, 30 de outubro de 2008

QUESTIONAMENTOS SOBRE CURRÍCULO



A visão inicial de currículo que tinha é uma visão adquirida tempos atrás que consistia numa visão não tão abrangente. O currículo consistia num núcleo de conteúdos fixo , mas devia ter como característica a objetividade e flexibilidade.Através de metodologia adequada deveria promover a preservação da individualidade tomando por base o ritmo próprio da aprendizagem, promover a modificação de mentalidade, a ampliação do horizonte cultural através do desenvolvimento das potencialidades do aluno. Não tinha a amplitude atual. Estava relacionado às teorias tradicionais envolvendo ensino, aprendizagem, avaliação, metodologias, didática, organização, planejamento, eficiência e objetivos.
A visão que tenho agora é de um currículo que é abrangente, inclusivo, com representação de questões de gênero, raça, etnia, sexualidade. Está em consonância com o tipo de sociedade que almejamos,mais justa,mais democrática e que formem verdadeiros cidadãos .
Um currículo nestes moldes é capaz de formar sujeitos críticos, autênticos, dispostos a transformar realidades e não apenas bons receptores de conteúdos passados e assimilados sem maiores reflexões sobre o contexto em que se produziram sua relação com o desenvolvimento da sociedade como um todo e sua repercussão e/ou conexão com o presente, de modo que ele seja capaz de se posicionar de forma crítica.
É mais fácil o aprendizado quando parte de coisas mais próximas do cotidiano do aluno, de situações que ele facilmente identifica e entende, portanto há que se considerar as circunstâncias, as vivências, a situação familiar, econômica e social para a partir delas levá-lo a questionamentos.
O professor tem que ser mais que um simples transmissor de dados. É necessário que ele estimule o pensamento, a análise, a comparação, a partir do que está sendo apresentado e a realidade do aluno. Imbuído de sua autoridade pedagógica tem de ser mais do que alguém que discorre sobre determinado assunto, mostrar que vive suas convicções, levando o aluno a formar as suas, baseado na observação e na análise crítica. Ele tem de ser exemplo, tem que falar uma linguagem na qual o aluno identifique respeito, sabedoria, comprometimento, verdade.
O aluno não pode funcionar como simples receptáculo de um saber despejado sobre si. Tem de ser considerado como agente, um transformador em potencial, muitas vezes oriundo de realidades totalmente diversas, com fortes heranças culturais. O educador tem de ser capaz de lidar com estas diferenças, inclusive diferentes linguagens (que por ser diferente, não significam que são erradas), não pode alimentar preconceitos, discriminações.
Deve estimular a interação da escola com a comunidade o que certamente contribuirá para a formação de cidadania democrática, envolvendo a todos no processo.
O educador não pode ter como objetivo resultados iguais, não pode desejar padronização em se tratando de educação, posto que deve considerar diferenças individuais, além de respeitar o ritmo próprio.
Não podemos esquecer que uma boa educação passa também pela valorização do professor.
A educação tem que levar o aluno a pensar, a refletir, a formar conceitos, ao discernimento, em última análise, aplicando o que foi elaborado para alterar sua própria realidade, visando inserção e crescimento. Através da educação realmente transformadora (geradora de paz social) ele é capaz de ascender socialmente, modificar todo um contexto e viver melhor com maiores e melhores oportunidades de realização pessoal e profissional.

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